quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Natal mistério da expropriação de Deus

Frei Dorvalino Fassini, OFM

O Menino Jesus, deitado no presépio, sempre encanta não apenas crianças, mas a todos os homens de todas as idades, raças e tempos.

Nem sempre, porém, vemos nessa imagem o mistério mais profundo do próprio Deus revelado e posto como convite para todos os homens de boa vontade: de não termos nada de próprio, formulado com a famosa expressão de jamais fazermos nossa própria vontade e sim a vontade de Deus

Por isso, o Menino do Presépio é bonito de ou para ser visto, admirado, mas não imitado.

Parece-nos um absurdo negar-nos o que temos de mais nobre e sagrado: a própria vontade, a posse de si mesmo, de seus bens matérias e espirituais. Hoje, nós que afirmamos e assumimos como uma das conquistas mais sagradas do homem, a autonomia, a liberdade, a posse de si, a iniciativa e o agenciamento de nós mesmos, como expressão de uma personalidade adulta e madura, nós que somos positivos, conquistadores e criadoras, nos é muito difícil ver bem o que de bom existe para nós num Menino Deus nascido num presépio, à margem da estrada da humanidade. Um menino que veio para fazer em tudo a vontade do Pai, e submeter-se à vontade dos homens até a morte e morte de Cruz.

Como pode isso ser caminho de alegria, paz e bem-aventurança? Só uma explicação: o fervor de um amor “tresloucado”.

A todos os votos de um Feliz Natal e abençoado 2013!

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Encontro de Formadores 2012

Sábado úlimo, dia 8, realizamos um encontro de formadores e contamos com a presença de vários irmãos de nossa Fraternidade, da Fraternidade São José (nossa mãe) e com grande alegria da Fraternidade JuFra Monte Alverne.

Esperamos que em 2013 mais vezes possamos interagir com a JuFra.


segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Retiro 1º dez. 2012 : fotos

Paz e bem!

No sábado realizamos nosso retiro,
abaixo duas fotos do Irmão André L. L. Silva,
nosso Mestre de Formação:

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Por que o Natal?

Frei Dorvalino Fassini, OFM
Próximos de mais um Natal começam as correrias... os esquecimentos... Vem ano vai ano, vem Natal e vai Natal uma questão não deveríamos, porém, jamais esquecer: O que significa o Nascimento do Menino Deus? Por que Deus quis fazer-se homem? Sim, é preciso parar e, de novo, de joelhos, contemplar sua aparência frágil de menino e perguntar-nos acerca de sua causa ou razão?

Quem fez isso com muita devoção e comoção foi São Francisco, chegando a inventar e representar, pela primeira vez na história, o “Presépio vivo”. Por isso, ele e toda aquela primeira geração de frades e irmãs, descobriram o segredo desse mistério: a paixão. Deus, o nosso Deus é um apaixonado pelo nosso humano, principalmente pelo humano sofrido, fragilizado, decaído, abandonado, humilhado, desprezado e pecador. Sim, só um apaixonado pode entrar numa aventura dessas e fazer o que Ele fez: vir a nós nessa fragilidade toda de menino nascido à beira do caminho, percorrer o caminho da vida pública sem mesmo ter uma pedra para reclinar a cabeça, morrer numa cruz e continuar sendo Deus-conosco na Igreja santa e pecadora, no pão eucarístico e em toda e qualquer criatura humana.

Por isso, Francisco chorava a Paixão do seu Senhor e fez dela a Paixão, o sentido maior de toda a sua vida. Vem-nos, então a pergunta: e nós, a quem realmente amamos e dedicamos nossa afeição e paixão maior?


segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Santinho Santa Isabel da Hungria

Paz e bem!

Um santinho que produzimos
e que está pronto para imprimir (frente e verso),
cortar e dobrar:

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Retiro 1º dez. 2012


Natal princípio de um homem novo

e de uma nova criação


Data: 1º de Dezembro, Sábado
Horário: 8h até 18h
Local: Igreja São Francisco de Assis
           R. Domingos Crescência esq. Rua São Luís
           Porto Alegre - RS
Informações: (51) 3223-3244
Orientação: Frei Dorvalino Fassini, OFM


Promoção: Fraternidade Franciscana Secular N. Sª dos Anjos da Porciúncula

domingo, 28 de outubro de 2012

Porciúncula

Por Frei Pedro da Silva



a) Dados históricos
  • Trata-se de uma pequeníssima capela dedicada a Santa Maria dos Anjos. Muito antiga; o exame de sua arquitetura comprova que foi edificada antes do século X.
  • As fontes franciscanas chamam-na de “Santa Maria da Porciúncula”. Suas dimensões são muito reduzidas: 4m x 7m.
  • Sobre ela se ergue a majestosa Basílica de Santa Maria dos anjos, que acolhe os peregrinos.
b)  Acontecimentos
  • A pequenina capela foi reconstruída por Francisco em 1207 ou 1208,
    assim como havia compreendido na voz do crucificado de São Damião.
  • A igrejinha está associada aos principais acontecimentos da Fraternidade em sua origem:
  • Foi ali que São Francisco acolheu os primeiros irmãos e ali moraram os primeiros frades.
  • A Porciúncula  é o “berço da Ordem”. Ali teve origem as três ordens fundadas por São Francisco: I Ordem – dos Frades; II Ordem –  das Irmãs Clarissas; III Ordem – para pessoas Leigas.
  • Santuário da Missão. Dali partiu os primeiros frades para além dos limites de Assis.
  • Desde o começo foi ao redor da Porciúncula é que se realizavam os Capítulos, isto é, os “encontros dos irmãos”.
  • Ali na tardezinha do dia 03 de outubro de 1226 terminou o curso de sua vida. Bem próximo está a Capela do Trânsito, levantada sobre o lugar da cel-enfermaria na qual morreu Francisco.
c) Significado
  • Porciúncula é o berço da Ordem Franciscana. A recordação desse lugar realça a importância e a necessidade da volta às origens do ideal de Francisco e de sua intuição evangélica: simplicidade, perfeita alegria, pobreza, trabalho, oração, fraternidade.
  • A pequenina igreja nos lembra que precisamos ser também uma ‘porciúncula’, habitação de Deus. Francisco entendeu que Maria foi esta primeira ‘igreja’ de Deus no mundo, recebendo o Verbo da vida. Por isso a denominava com muitos títulos na sua oração Saudação à Mãe de Deus. Ela é a Virgem feita Igreja.
  • Santa Maria dos Anjos, a Porciúncula, evoca o valor indispensável da Fraternidade, elemento essencial da vocação franciscana. Desde que o Senhor concedeu irmãos a Francisco, eles passaram a viver junto à igrejinha dedicada à Mãe do Senhor.
Extraído de http://www.franciscanos.org.br/?salafranciscana=26666 acesso em 28 out. 2012. 

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

A vida de São Francisco / Sabatier. Ed. Centro Franciscano de Espiritualidade

Um dos trabalhos que está sendo promovido pelo Centro [Franciscano de Espiritualidade] é uma edição especial da "Vida de São Francisco" escrita pelo pioneiro Paul Sabatier.
É verdade que já existe uma publicação dessa biografia em português, mas nós queremos fazer uma obra de estudos. Por isso:
Colocamos a biografia integral (inclusive com um capítulo acrescentado posteriormente pelo próprio Autor).
Colocamos todas as notas de rodapé feitas pelo Autor.
Editamos integralmente, em português, a apresentação das Fontes Franciscanas feita por Paul Sabatier.
O Estudo que pretendemos fazer visa apresentar:
  • Os pontos em que pesquisadores posteriores corrigiram o trabalho do Autor.
  • As novidades no estudo das Fontes Franciscanas e Clarianas.
  • Pontos da obra de Sabatier que são passíveis de discussão ou precisam ser enriquecidos com novas explicações.
  • Já temos alguns colaboradores que vão nos ajudar. Mas aceitamos outras pessoas que queiram ajudar.
Download do livro completo

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Criada a Fraternidade Monte Alverne da JUFRA

Neste último final de semana de 12 á 14 de outubro 14 jovens da JUFRA estiveram reunidos realizando a FBJ (Formação Básica da JUFRA). Esta formação aconteceu entre as fraternidades Utopia de Santa Maria e Monte Alverne de Porto Alegre. Ao longo do final de semana foram refletidos e estudados vários temas que envolvem a caminhada e o carisma da Juventude Franciscana.

Na tarde do dia 14 de outubro ocorreu a 1ª assembléia da fraternidade Monte Alverne da JUFRA. Nesta assembléia também ocorreu a oficialização da fraternidade, que se reúne desde março, no 1º e 3º domingo de cada mês na Paróquia São Francisco. Estiveram presente os Jufristas de Santa Maria e a Ministra Lorena Julia da Fraternidade da OFS N. Sª dos Anjos da Porciúncula.

Extraído de:

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

João XXIII, nosso Irmão José

Frei Dorvalino Fassini, OFM

 Talvez poucos recordam que entre as grandes prerrogativas desse Papa está o fato de ser franciscano. Quando ainda jovem estava se formando, no Seminário de Bérgamo, sob a orientação de seu diretor espiritual, professou a Regra de São Francisco aos 23 de Maio de 1897, recebendo, então, o nome de Irmão José. Por isso, depois, quando Papa se fez presente num Congresso internacional da Ordem Franciscana Secular, as primeiras palavras que pronunciou não foram “Eu sou o vosso Papa”, mas: Eu sou José, vosso Irmão.

João XXIII era franciscano acima de tudo de alma, de espírito. Por isso, podiam se ver em seu rosto o brilho da bondade dos inocentes, a perfeita alegria dos pobres e crucificados de que fala Cristo no Evangelho das bem-aventuranças, a fé e a confiança dos pequeninos, a fraternidade universal, acompanhada de um profundo sentimento de compaixão para com todos os homens, principalmente para com as crianças e os doentes, como se pode ver neste trecho do famoso Discorso alla luna, proferido no dia 11 de Outubro, na Praça São Pedro, logo após ter procedido a abertura do Concílio Ecumênico:

Poderíamos dizer que até mesmo a Lua está com pressa esta noite... Observem-na, lá no alto, está a olhar para este espetáculo (o Concílio) [...]. A minha pessoa nada vale: é um irmão que fala para vocês, um irmão que virou pai por vontade de Nosso Senhor. Vamos continuar a nos querer bem uns aos outros [...]. Voltando para casa, encontrarão as crianças. Deem a elas um carinho [(ou uma carícia)] e digam: "Este é o carinho do Papa”. Talvez as encontreis com alguma lágrima por enxugar. Tende uma palavra de consolo para aqueles que sofrem. Saibam os aflitos que o Papa está com os seus filhos, sobretudo nas horas de tristeza e de amargura. E depois, todos juntos vamos amar-nos uns aos outros, [...] sempre cheios de confiança em Cristo que nos ajuda e nos escuta [...]. Adeus, filhinhos. À bênção junto o desejo de uma boa noite" (internet: Discorso alla luna).


domingo, 7 de outubro de 2012

Fotos do 3º Capitulo Eletivo 2012-10-06

Oração de Laudes
Explanação de André
A apresentação de sensibilização
O Conselho encerra seu mandato
Isabel (Delegada do Ministro Regional) e Frei Eugênio, OFM (Assistente Regional)
Escrutínio e uma saudável bocadeurna
Posse do Conselho 2012-2015
A palavra do Assistente Regional, Frei Eugenio
Presentes ao 3º Capítulo Eletivo
O novo Conselho com o Ministro cessante e o Assistente Regional

sábado, 6 de outubro de 2012

3º Capítulo Eletivo

Paz e bem!

No dia de hoje, 06 de outubro,
realizamos nosso 3º Capítulo Eletivo.

Na parte da manhã realizamos
uma prévia eleitoral
em que para os diversos encargos eletivos
foram indicados por votos irmãos professos
que a plenária considerava aptos aos serviços.
Em geral por este processo
foram listados 5 irmãos para cada tarefa.

Uma apresentação foi exposta
para sensibilizar a todos sobre
a importãncia do ato que estávamos realizando,
esta apresentação incluiu uma pequena entrevista
de Dona Iara, viúva do Adolfo
(que foi defato nosso 1º Ministro).

Após o almoço
(Frei Orestes mais uma vez caprichou na cozinha)
foi exibido um pequeno filme biográfico de São Francisco
e depois iniciamos formalmente o Capítulo Eletivo.

Isabel, de nosso Distrito, foi delegada
 pelo Ministro Regional para presidir o Capítulo
e Frei Eugênio, OFM também estava presente
na qualidade de Assistente Regional.

Graças aos trabalhos da manhã
com razoável agilidade elegemos o novo Conselho,
composto pelos seguintes serviços eleitos
conforme os Estatutos da OFS e decisão do Capítulo:
  • Ministra: Lorena
  • Viceministro: Hugo
  • Secretário: José Miguel
  • Vicessecretário: Cássio
  • Tesoureiro: Dinoé
  • Vicetesoureira: Gladis
  • Mestre de Formação: André
Também compõe o Conselho,
mas serviços preenchidos por indicação:
Comunicação (já indicado Eugenio), SEI, CODHJUPIC, Animação Fraterna JUFRA, Pastoral Vocacional. Além disto há indicações realizadas externamente à fraternidade: Frei Dorvalino, OFM indicado pelo Ministro Provincial OFM e assim que a JUFRA estiver constituida também os jovens tem garantida a participação no nosso conselho, conforme previsto no Estatuto da OFS.
O novo Conselho com o Ministro cessante e o Assistente Regional

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Eleições 2012

Paz e bem!

Em todo o Brasil (menos no Distrito Federal)
no iníco de outubro teremos eleições.

Em nossa fraternidade
vivemos um período eleitoral
tão importante qunato o citado acima:
nosso 3º Capítulo Eletivo
na véspera das eleições municipais
  • Dia 06 de Outubro, sábado
  • Iniciando às 8h30min
    • Manhã: trabalhos iniciais, configuração dos cargos, prévia etc.
    • Tarde: Capítulo (14h), Posse e Missa
  • Local: Igreja São Francisco de Assis, Porto Alegre
Pedimos que todos e todas rezem por nós,
para que o Espírito Santo nos ilumine
e que sejamos receptivos e dóceis à Ele.

sábado, 22 de setembro de 2012

Vem e segue-me, segundo São Francisco

Frei Dorvalino Fassini, OFM

Ninguém duvida que o “Vem e segue-me” (chamado, visita ou encontro) de Cristo sempre foi e é o único princípio, isto é, a experiência de uma iluminação que pega como que de surpresa, o toque que co-move qualquer vocacionado na busca de um novo sentido da vida. Clássico para nós é o chamado que Francisco experienciou no encontro com o Crucificado de São Damião. Se não houvesse chamado, encontro, etc. não haveria vocação e, muito menos, qualquer reviravolta, conversão ou seguimento. A questão, porém, é: como se compreende esse princípio, esse chamado?

Em Atos do Bem-aventurado Francisco e dos seus companheiros, cap. 4, encontramos uma compreensão um tanto inusitada e surpreendente, pelo menos para nós modernos ou atuais. O chamado vem assim expresso: Porque o nosso bem-aventurado pai Francisco, tanto ele como os seus, foram chamados por Deus, da cruz para a cruz. Como conseqüência temos: Por isso, ele e os seus demais bem-aventurados primeiros companheiros eram, com razão, vistos e de fato eram homens do Crucificado (1). E a seguir, o próprio texto trata de demonstrar como eles viviam o seguimento:
> Carregando a cruz no vestir-se e no comer e em todos os seus atos, etc. (2).
> Indo pelo mundo, peregrinos e forasteiros, nada levando consigo a não ser Cristo (3). 
> Bernardo, munindo-se da cruz de Cristo e unido à virtude da obediência se dirigiu a Bolonha, e ali, como verdadeiro discípulo de Cristo, sustentava insultos e perseguições dos habitantes de Bolonha; exercitava-se diariamente na aprendizagem da sustentação das contrariedades e, depois de constituída a fraternidade, ele se retirou para lugares e tarefas mais difíceis.

Assim, com esse modo de assentamento no chão de contrariedades, opróbrios e humilhações, os frades ocupam muitas localidades nos arredores, ou seja, evangelizavam.

Tentemos examinar esses itens brevemente, para ver a lógica do Seguimento franciscano. À primeira vista, todas essas situações e ações parecem ser apenas atos exagerados de uma penitência ou ascese de uma espiritualidade de perfeição e santificação subjetivo-personalista dos medievais, interessada no seu próprio “eu”, pouco ou nada tendo a ver com a realidade objetiva do bem comum e própria, chamada cristianismo ou franciscanismo.



Assim, o que está relatado em Atos do Bem-aventurado Francisco..., costumamos ler, sem maiores reflexões, como uma simples manifestação das virtudes e da santidade do sujeito ou indivíduo Bernardo. Bom para ele, mas não para nós, hoje. Em outras palavras: exercícios penitenciais e ascéticos da busca de um engrandecimento espiritual de si mesmo, bem diferente do princípio comunitário proposto por João Batista: É preciso que Ele cresça e que eu diminua.

Apesar disso, o texto parece insistir e destacar um modo de ser que é decisivo para a compreensão do espírito de São Francisco e de seus primeiros companheiros acerca do chamado franciscano. O ponto sobre o qual queremos nos concentrar é esse modo de ser, que não aparece explicitado na sua estruturação própria se apenas o classificarmos como ascese e penitência no sentido usual, nosso, moderno. 

Ora, partindo do próprio texto, o princípio soa muito límpida e claramente: o centro de nosso chamado é buscar, imitar, seguir Jesus Cristo crucificado e não a busca de virtudes, de uma moral, de uma espiritualidade, piedade, devoção, ascese ou penitência, na sua compreensão usual, isto é, como expressão de um engrandecimento ou a santificação da própria pessoa. Para um medieval, seguir Jesus Cristo para engrandecimento de si mesmo ou para exaltação de sua própria pessoa seria algo muito feio, vil e indigno da nobreza de um cavaleiro, dama ou qualquer homem, muito menos para um cristão. É como no casamento ou na amizade. Além de vergonhoso, casar com alguém ou ser amigo só para subir de status ou obter fortunas e vantagens pessoais estaria ofendendo gravemente não apenas seu cônjuge, seu amigo mas, também, a natureza do próprio amor, da amizade que é de serem gratuitos, generosos, sem o mínimo de interesse próprio. Assim, Bernardo não busca propriamente a paciência, humildade, penitência, pobreza, sacrifícios, enfim, para alcançar sua santidade ou grandeza espiritual. Todas essas "coisas espirituais" são apenas o exercício, corpo a corpo, da sua busca que é ser, i. é, já estar no embalo do chamado (da cruz) e tornar-se (vir-a-ser para a cruz) seguidor, portanto, identificar-se com Jesus Cristo Crucificado. Isso significa: para Bernardo, Francisco e seus primeiros companheiros, por mais valiosa que seja uma virtude, santidade ou o que quer que seja, se não tiver o carimbo, o signo, o cunho, a pregnância da Cruz, i. é, a busca da identificação com Jesus Cristo crucificado, com seu espírito e modo de ser, não tem valor. A exemplo dos fariseus, estaria apenas buscando a justificação e a exaltação de seu próprio eu, Pois, quem constitui o ser “espiritual” das "coisas espirituais", que costumamos enumerar corno pertencentes à santidade (rezar, vida fraterna, pobreza, obediência, castidade, etc. etc.), quem dá a seiva crística a tudo isso não é outro senão o vigor que vem do toque, da afeição e compaixão do próprio Crucificado. E é esse o significado do princípio, do fermento que impregna toda a massa da existência de Francisco, Bernardo e companheiros, expresso com a frase: Carregando a cruz no vestir e no comer e em todos os seus atos, desejavam mais os opróbrios de Cristo do que as vaidades do mundo e as lisonjas enganosas; por isso alegravam-se pelas injúrias e entristeciam-se pelas honras (1-2)

Assim, enquanto na espiritualidade dos últimos séculos segue-se Cristo para santificar-se, tornando-se como que um campeão ou herói do cristianismo, na espiritualidade de Francisco e Bernardo segue-se Cristo crucificado apenas por Ele mesmo, por causa Dele, a fim de que Ele seja conhecido e engrandecido nele (no seguidor), nos outros e no mundo. Enfim, numa linguagem evangélica: para que o Reino Dele seja conhecido e amado. Uma coisa é rezar para sermos bons ou santos e outra, bem diferente, procurar ser bom ou santo para rezar. Na primeira busca-se a si mesmo, fazendo uso até do que se tem de mais sagrado – o próprio Senhor, a oração – enquanto que na segunda o que se quer é tão somente seguir, imitar, converter-se no e para o Senhor. No primeiro caso o importante sou eu, enquanto que no segundo é Ele, o Senhor. Essa é a dinâmica da Cruz tão bem expressa nesse capítulo dos Atos do Bem-aventurdo... e no famoso capítulo dos Fioretti, a “Perfeita Alegria”.

Trata-se, enfim, de re-atualizar o princípio da própria Encarnação, segundo o qual Cristo “vendeu” sua santidade e até mesmo sua divindade para poder comungar de nosso frágil, inconstante e infiel amor. Ele, a exemplo do grão de trigo se “perde” (Jo 12,24) ou “faz-se pecado” (2Cor 5,21), tão somente para ganhar-nos; se diminui para que possamos nós sermos engrandecidos com a glória de filhos de Deus. Sua perda, porém é seu ganho, sua maldição sua glória. Eis, enfim, o por quê Francisco, Bernardo e seus Companheiros se sentiam chamados por Deus, da cruz e  para a cruz.

Em louvor de Cristo. Amém!

sábado, 25 de agosto de 2012

Franciscano e franciscanos

Frei Dorvalino Fassini, OFM

O movimento sugerido pelo Papa João XXIII e confirmado pelo Vaticano II está nos revelando, cada vez mais, que nós franciscanos constituímos uma única e mesma Ordem, seguimos uma única e mesma Regra e vivemos uma única e mesma Vida: a Ordem, a Regra e a Vida da ardente Paixão de nosso Senhor Jesus Cristo, vivida e testemunhada pelos Apóstolos, re-aparecida ou ressuscitada em Francisco, re-vivida e testemunhada por ele e por inúmeros de seus companheiros, séculos afora[1].
O vigor desse mistério ou Paixão é de tal efervescência, disposição e fecundidade que explodiu e se multiplicou desde cedo em milhares e milhares de pessoas que olhavam, procuravam e seguiam Francisco não apenas de forma individual ou particular, mas também comunitariamente em pequenas e, às vezes, em grandes grupos ou comunidades. Essa multiplicação pode ser comparada à Igreja nascente do primeiro século cristão. Em poucos anos o mistério do mesmo Cristo crucificado, vivo e ressuscitado, multiplicava-se e difundia-se por quase todas as partes do mundo. Os fiéis, nascidos e vivificados pela seiva da única e mesma Boa Nova, eram todos “cristãos”, mas nem todos de igual forma. Uns eram de Éfeso e formavam a Igreja de Éfeso, outros de Roma e formavam a Igreja de Roma, de Jerusalém, Corinto, Tessalônica, etc.; uns procediam do paganismo e outros do judaísmo. Todos, pois, são cristãos, mas nem todos do mesmo jeito. Assim, também, acontece com nossa Ordem. Todos somos franciscanos, mas nem todos do mesmo jeito. Por isso, todos os capuchinhos são franciscanos, mas nem todos os franciscanos são capuchinhos, vice e versa, etc. 
Assim também aconteceu com o Carisma originário de Francisco que, aos poucos, passou a chamar-se “franciscano”. “Franciscano” é, pois, a raiz, o comum de todos quantos se sentem atingidos pelo mesmo mistério da Paixão de Cristo que atingiu Francisco. Mas, o atingimento e a resposta não são iguais em ou para todos. Cada um procura recebê-la e concretizá-la a seu modo. É o fenômeno da multiplicação que outros, indevidamente, chamam de divisão. Por isso, desde logo nasceram as três Ordens, cada qual com uma denominação diferenciada e própria: Ordem dos Frades Menores, Ordem das Irmãs Pobres e Ordem Terceira. E, dentro de cada uma dessas três Ordens, com o decorrer dos anos e séculos, o processo continua florescendo e se multiplicando, com o consequente surgimento de muitas outras ramificações. Na ou da OFM surgiram os menores, os conventuais e os capuchinhos. Na ou da Ordem de santa Clara, surgiram as Coletinas, as Capuchinhas, as Concepcionistas, as Urbanistas, e outras. Na ou da Ordem Terceira, finalmente, nasceram e continuam nascendo dezenas e mais dezenas de Congregações e Institutos religiosos, conglomerados na então denominada Terceira Ordem Regular de são Francisco (TOR).
Todos e todas, porém, denominam-se “franciscanos/as”. Por isso, assim como o cristão de Roma não pode ser igual ao cristão de Éfeso, ou o gaúcho ao catarinense, o mesmo acontece conosco. Nenhum conventual ou capuchinho, nenhum franciscano secular ou regular gostaria de chamar-se de “menor”, e vice-versa, nenhum “menor”, gostaria de ser chamado de conventual ou capuchinho, etc. 
Por isso, não há nenhuma razão que justifique o neologismo “francisclariano”, inventado para designar todos os franciscanos. As únicas que podem usar com justiça e propriedade esse nome seriam as clarissas. Quando um outro franciscano recorre a este termo para se auto-definir está renunciando e negando o vigor próprio de sua origem e de sua espiritualidade, o brilho de sua identidade, conduzindo-se, necessariamente, a um lento, mas irremediável processo de vagueza, enfraquecimento e diluição do específico de seu espírito, carisma, vocação e missão[2].
O importante em tudo isso é não sucumbir à tentação de reduzir o mistério, a obra, a “coisa” de Deus à subjetividade das pessoas, sejam indivíduos ou grupos. Em outras palavras, cuidar para que o Carisma franciscano não vire “coisa” de um Francisco, de uma Clara, de um Egídio e, no fim, de cada um de nós, seus seguidores. Neste caso, estaríamos prendendo e reduzindo à mera fragilidade dos limites da subjetividade das pessoas, dos fatos, das ocorrências passageiras e do biológico o que não se pode subjetivar ou prender: a floração do mistério, do amor, da Paixão de Deus que não se limita a nenhuma pessoa, a nenhum tempo, lugar ou gênero, mas a tudo e a todos, fazendo surgir um novo Céu e uma nova Terra. Pode-se parafrasear, aqui, o pensamento de Oscar Wilde acerca da arte[3]: O Franciscanismo, ou o Carisma franciscano, não pode jamais ser submetido ao sujeito Francisco e a nenhum outro sujeito. Pois, neste caso, não seria mais carisma, graça do Senhor. Seria apenas biografia, mera narrativa de fatos e ocorrências, através da qual a realidade, isto é o real, que costumamos chamar de “franciscano”, foge e escapa.


 Notas:

[1] Portanto, em vez de se falar em “Família Franciscana do Brasil” dever-se-ia falar em “Ordem Franciscana do Brasil”.

[2] Tudo o que se diz aqui, das pessoas, isto é, dos franciscanos, vale também das assim chamadas Fontes Franciscanas. Não existem Fontes “francisclarianas”. O que existe são Fontes Franciscanas que se desdobram em Fontes ou Escritos de São Francisco, de Santa Clara, de Frei Egídio, de São Boaventura, de Santo Antônio, etc. Assim, ao se dizer “Fontes Franciscanas” está-se pensando e incluindo todas. Por isso, se disser uma, não estarei, necessariamente, incluindo as demais. Se disser “Fontes fancisclarianas” estarei falando apenas dos Escritos de São Francisco e de Santa Clara. Não estarão, necessariamente, incluídos, por exemplo, os Escritos de Frei Egídio, de Junípero, Tomás de Celano, São Boaventura, etc. Mas, ao contrário, se disser Fontes Franciscanas incluo todos os escritos que de uma ou outra forma estão sob a inspiração originária desse Carisma que moveu Francisco, Clara e seus primeiros companheiros.
[3] Oscar Wilde expressa assim seu pensamento: A arte não pode ser submetida ao seu sujeito. Nesse caso não é mais arte e sim biografia e a biografia é a rede pela qual a realidade escapa (Oscar Wilde).

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Nosso 6º aniversário

Licença Creative Commons
O trabalho Nosso 6º aniversário [fotografias] de Eugenio Hansen, OFS foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição - NãoComercial - SemDerivados 3.0 Brasil.
Podem estar disponíveis autorizações adicionais ao âmbito desta licença em http://ofsporciuncula.blogspot.com.br/2012/08/nosso-6-aniversario.html.

Paz e bem!

Ontem, 02 ago.,
comemoramos o 6º aniversário
da ereção canônica
de nossa Fraternidade de N. Sª dos Anjos da Porciúncula.

Para comomorar
realizamos um tŕiduo
e missa festiva de nossa padroeira
com a celebração do Perdão de Assis.

Abaixo vejam algumas fotos:

TVFranciscanos: Stª Maria dos Anjos - Perdão de Assis

domingo, 29 de julho de 2012

Retiro 28 ago. 2012

Paz e bem!

Ontem realizamos nosso retiro,
sob orientação de nosso Assistente Espiritual,
Frei Dorvalino Fassini, OFM,
e com o tema:
Santa Clara a mulher que se espelhava em São Francisco
O delicioso almoço, foi um Sopão
(adequadíssimo pra o fri que fazia)
preparado pelo Pároco Frei Orestes Serra, OFM.
Licença Creative Commons
O trabalho Foto Retiro Porciúncula 20120728 de Eugenio Hansen, OFS foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição - NãoComercial - SemDerivados 3.0 Brasil.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

quinta-feira, 21 de junho de 2012

A propósito de Crucifixos e Santo Antônio

A decisão do TJ do RS, ordenando a retirada dos Crucifixos dos prédios da Justiça do estado, suscitou inúmeras, e por vezes acaloradas, discussões e pronunciamentos a favor e contra. 

Entre os últimos encontramos o magistral artigo de Paulo Brossard, segundo o qual a presença do Crucifixo nos tribunais de justiça é para recordar aos juízes o grande Injustiçado e que o Crucifixo está nos tribunais não porque Jesus fosse uma divindade, mas porque foi vítima da maior das falsidades de justiça pervertida. E mais ainda, apoiando-se em Rui Barbosa, escreve o nobre jurista que o Crucifixo está aí para recordar que Pilatos ficou na história como o protótipo do juiz covarde. É deste modo que, há mais de cem anos, Rui Barbosa concluiu seu artigo: “como quer te chames, prevaricação judiciária, não escaparás ao ferrete de Pilatos! O bom ladrão salvou-se. Mas não há salvação para o juiz covarde”. Essas as considerações transparentes e cristalinas de um magistrado da mais alta competência do Brasil.

Nós franciscanos, porém, poderíamos argumentar de modo bem mais positivo e evangélico acerca desse assunto. Pois, a exemplo do Presépio, da Eucaristia, os crucifixos sempre inspiraram um profundo amor, respeito e veneração pelo humano, principalmente pelo homem desvalido, pobre e fragilizado.

Olhando para um Crucifixo não há como não envolver-nos em pensamentos e sentimentos de profunda estima pela dignidade da pessoa humana nele representada. Assim, todos, crentes ou não, podemos encontrar nele um significado que enriquece a vida do homem. Ou seja, olhar para um Crucifixo ou deixar-se olhar por ele não ofende, não prejudica ninguém. Só faz bem.

A esse respeito vale a pena ouvir nosso Doutor evangélico, Santo Antônio que, para explicar o papel do Crucifixo, serve-se da analogia do espelho. Todos nós temos em nosso quarto ou sala o espelho diante do qual nos miramos para ver se estamos devida, digna e corretamente vestidos e arrumados, enfim, se estamos bem a jeito com nosso estado ou gênero de vida. Pois, então, proclama o denodado Doutor evangélico, Cristo, que é a tua vida, está suspenso diante de ti para que tu te contemples na cruz como num espelho. Aí poderás conhecer quão mortais são tuas feridas, que nenhuma medicina tem poder de sarar, senão aquela que brota do sangue do Filho de Deus. Se olhares bem, poderás dar-te conta de quão grande são tua dignidade e teu valor... Em nenhum outro lugar o homem pode melhor dar-se conta do quanto ele vale do que olhando-se no espelho da Cruz.

Comentando essa passagem diz nosso Papa, Bento XVI: Meditando essas palavras podemos compreender melhor a importância da imagem do Crucifixo para a nossa cultura, para o nosso humanismo nascido da fé cristã. Justamente olhando para o Crucifixo vemos, como diz Santo Antônio, quão grande é a dignidade humana e o valor do homem. Em nenhum outro ponto se pode compreender quanto valha o homem para que Deus mesmo nos faça tão importantes, nos veja tão importantes de sermos por Ele dignos de seu sofrimento. Assim, toda a dignidade humana aparece no espelho do Crucifixo e o olhar para Ele será sempre fonte de reconhecimento da dignidade humana. (Benedetto XVI e San Francesco, Libreria Editrice Vaticana, p. 210).

Finalmente, pode-se e deve-se, ainda, acrescentar que nesse espelho estamos frente a frente, cara a cara, olho no olho, com a mais alta, primeira e última vocação do homem: o máximo de empenho, até a morte e morte de Cruz, para entrar em comungação com nossa origem, representada pela haste vertical e em comungação com os outros homens, nossos irmãos, representada pela haste horizontal.

Por tudo e por todos, portanto, é uma pena que se tenha decretado sua retirada de um tão significativo, nobre e universal símbolo de todos os homens de todos os tempos. Mais uma vez os homens não sabem o que fazem!

Em louvor de Cristo Crucificado. Amém.

Frei Dorvalino Fassini, OFM

Ilustração: Tabernacle and painting of Saint Anthony of Padova in Church Holy Egyd at Tigring, Moosburg, Klagenfurt-Land, Carinthia, Austria [picture] / Johann Jaritz. November 1st, 2010. Disponível em http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Moosburg_Tigring_Pfarrkirche_Heiliger_Egyd_Antoniuskapelle_Altar_01112010_35.jpg acesso em 21 jun. 2012.



domingo, 20 de maio de 2012

Uma mente franciscana na Cátedra de Pedro

Frei Dorvalino Fassini, OFM

Quando, encerrado o último conclave, houve o anúncio de que o Cardeal Ratzinger, então Prefeito da Sagrada Congregação da Fé, havia sido eleito Papa, pensei com meus botões: ”Ich! Agora, em vez de um Papa jovial, comunicativo e aberto teremos que nos contentar com um Papa sério, sisudo, durão e fechado e, por conseqüência, pouco franciscano. A impressão parecia confirmar-se porque, ao contrário dos últimos, desde o franciscano terciário João XXIII, o atual papa não fez nenhuma visita ou peregrinação a Assis a fim de buscar inspiração e implorar bênção e proteção do evangélico e apostólico São Francisco.

A primeira impressão, porém, dessa vez, não foi a que ficou. Aos poucos, apesar de seus cãs envelhecidos, foi aparecendo a figura de um papa simples, jovial, reflexivo e de uma alegria franciscana, comedida e interior, expressa quase sempre por uma face transparente e por um sorriso amável, humilde e, até certo ponto, tímido, enfim, um Papa de espírito franciscano.

Espírito que veio surpreender-nos positivamente com a publicação da “Exortação apostólica Verbum Domini sobre a Palavra de Deus na Vida e na missão da Igreja”. De fato, nunca houve nos últimos anos um documento eclesial tão imbuído da mística do Poverello como esse. Como Francisco também nosso Papa na Palavra de Deus vê não apenas palavras ou um mero meio de comunicação, mas, antes e acima de tudo, vê e contempla uma Pessoa, um Deus que, depois de ter inventado mil e uma forma de comungar da vida do homem, não sabendo mais que iniciativa tomar, se abrevia, se apequena (VD 11-12) todo e inteiramente, como criança num presépio e como um condenado à Cruz. E, ao mencionar são Boaventura, com a famosa citação de que cada criatura é Palavra de Deus porque proclama Deus, ele põe nosso Doutor seráfico em pé de igualdade com a grande tradição dos Padres gregos (VD 8). Finalmente, ao falar da interpretação da Sagrada Escritura pelos Santos, isto é, por aquelas pessoas que se deixaram plasmar pela Palavra de Deus, daqueles cuja vida se tornou uma viva lectio divina (VD 48), abre grandes encômios a São Francisco e Santa Clara. De fato, em nosso primeiro contato com esse documento, logo que veio à luz, ficamos surpresos porque se o espírito jesuíta e tomista, um tanto pesado e rigoroso, perpassava a maioria dos documentos papais das últimas décadas e mesmo do Vaticano II, agora estamos diante de um documento impregnado da leveza e graciosidade do espírito franciscano em geral e bonaventurano especificamente.

Toda essa admiração e ênfase pelo espírito originário franciscano do papa atual vem confirmar-se agora com a vinda à luz de Benedetto XVI e San Francesco. Nesse livro, de 300 páginas, o conventual frei Gianfranco Grieco - jornalista renomado e de larga experiência no dia-a-dia tanto de João Paulo II como do Papa atual -, recolheu todos os seus pronunciamentos em referência não apenas a São Francisco, mas também à Espiritualidade franciscana em geral, principalmente de São Boaventura.

Ouçamos o que diz, já de saída: Bento XVI é um Papa inteiramente franciscano. ”Temos todos uma alma um pouco franciscana” disse ele próprio comentando, no decorrer da audiência geral de 12 de outubro de 2005, o salmo 121 e a saudação franciscana “Paz e Bem!” (o.c. p. 1).

Mas, a surpresa mais grata, principalmente para nós franciscanos, aparece mais adiante quando o próprio Bento XVI afirma que a semeadura do espírito franciscano em sua mente começou a dar-se bem cedo quando começava a ensaiar os primeiros passos em sua longa e permanente investigação filosófica e teológica. É o que revela em sua preleção feita aos alunos do Pontifício Seminário Romano Maior: “No começo, nos primeiros dois anos de Filosofia, haviam-me fascinado, desde o primeiro momento, a figura de Santo Agostinho e depois também a corrente agostiniana na Idade Média: São Boaventura, os grandes franciscanos, a figura de São Francisco de Assis”.

E, logo em seguida o autor registra mais esse testemunho: “Hoje (diz o Papa na audiência geral de 03 de 03 de 2010), quero falar-vos de São Boaventura de Bagnorégio. Confesso-lhes que, ao propor-vos esse tema sinto certa nostalgia, porque me vem à mente as pesquisas que, quando jovem estudioso, realizei justamente sobre esse autor, a mim particularmente caro. Não foi pequena a incidência de sua sabedoria sobre minha formação. Com muita alegria, há poucos meses volvi-me em peregrinação à sua terra natal, Bagnorégio, uma cidadezinha italiana, no Lázio, e que guardo com muita veneração na memória (idem p. 14).

E no domingo, 17 de junho, em Assis, na Catedral de São Rufino, volta ao seu relacionamento privilegiado com São Francisco: “Já como estudante, - revela – quando me preparava para uma Cátedra, estudei São Boaventura e, como conseqüência, também São Francisco, de modo que peregrinei a Assis, bem antes de vir para cá fisicamente”. (idem p. 15).

Finalmente, testemunha frei Gianfranco: O grito tormentoso e humilde do “Quaerere Deum”(“A Busca de Deus”) parisiense, aflorado da alma, no decurso do encontro com os representantes da Cultura no “Colégio dos Bernardinos”, sempre acompanha os passos do Papa Bento. Apraz-lhe retornar e repropor seguidamente esta necessidade interior do homem, jamais totalmente apagada: ”O caminho para Deus é Deus mesmo, o Qual se faz próximo de nós em Jesus Cristo , e assim a Teologia grande e misteriosa de São Francisco se torna muito concreta, real...” E, depois de mencionar o Areopagita Dionísio e o grande teólogo franciscano São Boaventura, que soube interpretar e pôr em formas conceituais essa herança tão simples e profunda, isto é, a teologia mística do nosso Seráfico Pai, continua o Papa: “O Poverello, com Dionísio nos diz, enfim, que o Amor vê bem mais que a razão. Onde houver a luz do amor não penetrarão jamais as trevas da razão; o amor vê, o amor é olho. E a experiência nos dá muito mais que a reflexão. O que vem a ser essa experiência Boaventura a vê em São Francisco. Trata-se da experiência de um caminhar muito humilde, muito realista, dia após dia: um caminhar com Cristo, assumindo sua Cruz. Nessa pobreza e nessa humildade, humildade que se vive também na eclesialidade, é a experiência de Deus que é bem mais alta do que aquela que se recolhe através da reflexão: naquela tocamos realmente o coração de Deus”(idem).

E, conclui o frade conventual: Para colher em profundidade a relação teológica, cultural e espiritual entre o teólogo Ratzinger, São Francisco e o Doutor seráfico, basta ler o volume “San Bonaventura. La teologia della storia” de autoria do próprio Papa (idem). Através dessa obra pode-se perceber quanto a teologia e a mística franciscano-bonaventurana plasmaram a alma do atual Papa. 

Encerramos com uma questão: O que representa ou significa para nós franciscanos ter na cátedra de Pedro um Papa que, tanto em seus documentos como em sua conduta de Pastor supremo da Igreja e da humanidade, se inspira segundo a luz do espírito e o fervor do coração de nosso Seráfico Pai?

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Congresso Clariano do Rio Grande do Sul

Clara de Assis e de Hoje reconhece que a sua vocação é, antes de tudo, uma especial graça de Deus, pois “quanto maior e mais perfeita, mais a Ele é devida” (TestC 2s).
 
Com alegria, em nome da ESTEF e da Família Franciscana do Rio Grande do Sul, convidamos a cada irmã e cada irmão a participar do Congresso Clariano do RS, que se realizará nos dias 20 e 21 de setembro de 2012, no Salão Paroquial da Igreja Santo Antônio do Partenon, em Porto Alegre, com início às 9h do dia 20 e término às 18h do dia 21. Para quem precisar de hospedagem, haverá espaço no Convento São Lourenço de Brindisi (Capuchinhos), em frente à Paróquia. As refeições poderão ser feitas no Convento dos Capuchinhos, ou no Ginásio Geraldo Santana.
Temas que serão refletidos:
1.       Clara e seu contexto Histórico – Frei José Bernardi
2.       Clara: Biografia e Cartas – Ir. Mônica de Azevedo
3.       Contemplação e Espiritualidade em Clara – Frei José Carlos Pedroso
Solicitamos que cada Irmão e Irmã nos ajude a divulgar este evento e que a ficha de inscrição seja devolvida até o dia 31 de agosto de 2012, juntamente com o comprovante de pagamento da taxa de inscrição. 
- Via Correio: Ir. Rosemaria Jaschke
  Rua Monroe, 133. Bairro Santa Teresa
  90.810-220 – Porto Alegre - RS
- Por e-mail: rosejmaria@gmail.com
Tel.: 51-3232-4819 ou cel.51-9708.0599
Valor da Inscrição: R$ 40,00
Hospedagem (valor aproximado da diária, com todas as refeições incluídas): R$ 80,00 (quarto coletivo) e R$ 90,00 (quarto individual). Obs. – Esse valor poderá sofrer alteração para mais.
Somente almoço: R$ 12,00 (valor aproximado, podendo sofrer alteração para mais)
O pagamento da inscrição poderá ser feita via depósito bancário

Conta Poupança CEF: 0439.013 – 6179 – 1, para quem faz transferência de CEF para CEF.

Conta Poupança CEF: 0439 – 6179 – 1, para quem transfere de outro Banco para a CEF

Depósito em nome de   EDUARDO PAZINATTO –  CIC 627.861- 15
                               e   ROSEMARIA JASCHKE – CIC 186.463 -15

Desde já, sintam-se fraternalmente acolhido(a)s,
                                                
 Ir. Rosemaria Jaschke                                            Frei Aldir Crócolli, OFMcap
 Coordenadora da FFB/RS                                     Diretor da ESTEF

sábado, 31 de março de 2012

Agenda 2012

Abril

Dia 01, Domingo
  • 09h Estudos para iniciados, postulantes e admitidos
Dia 14, Sábado
  • 15h Encontro de novos vocacionados
Do dia 22 a 27
  • Retiro em Daltro Filho

Maio


Dia 04
  • Primeira Sextafeira
Dia 05, Sábado

  • 14h Encontro
Dia 06, Domingo
  • 09h Estudos para iniciados, postulantes e admitidos
Junho

Dia 01
  • Primeira Sextafeira
Dia 02, Sábado

  • 14h Encontro
Dia 03, Domingo
  • 09h Estudos para iniciados, postulantes e admitido
Julho

Dia 06
  • Primeira Sextafeira
Dia 07, Sábado

  • 14h Encontro
Dia 08, Domingo
  • 09h Estudos para iniciados, postulantes e admitidos
Dia 28, Sábado
  • Retiro
Dia 29, Domingo
  • 09h Estudos para iniciados, postulantes e admitidos
Dia 30, Segundafeira
  • Primeiro dia do Tríduo de N. Sª dos Anjos da Porciúncula
Dia 31, Terçafeira
  • Segundo dia do Tríduo de N. Sª dos Anjos da Porciúncula
Agosto

Dia 01, Quartafeira
  • Terceiro dia do Tríduo de N. Sª dos Anjos da Porciúncula
Dia 02, Quintafeira
  • Festa de N. Sª dos Anjos da Portciúncula, Perdão de Assis e 6º aniversário de nossa Fraternidade
Dia 03
  • Primeira Sextafeira
Dia 11, Sábado
  • Festa de Santa Clara de Assis
Setembro

Dia 01, Sábado

  • 14h Capítulo eletivo
Dia 02, Domingo
  • 09h Estudos para iniciados, postulantes e admitidos
Dia 07
  • Primeira Sextafeira
Dia 17, Segundafeira
  • Festa das Chagas de São Francisco de Assis
Dia 25, Terçafeira
  • Início da Novena de São Francisco de Assis
Outubro

Dia 04, Quintafeira
  • Festa de São Francisco de Assis
Dia 05
  • Primeira Sextafeira
Dia 06, Sábado

  • 14h Encontro
Dia 07, Domingo
  • 09h Estudos para iniciados, postulantes e admitidos
Novembro

Dia 02
  • Primeira Sextafeira
Dia 03, Sábado

  • 14h Encontro
Dia 04, Domingo
  • 09h Estudos para iniciados, postulantes e admitidos
Dia 17, Sábado
  • Festa de Santa Isabel da Hungria
Dezembro

Dia 01, Sábado
  • Retiro
Dia 07
  • Primeira Sextafeira
Dia 08 ou 09, Sábado ou Domingo

  • 12h Almoço de encerramento com avaliação do ano
 

domingo, 25 de março de 2012

Programanção da Semana Santa: Par. S. Francisco de Assis (Pòrto Alegre)



Quarta-feira Santa
04 de abril
Celebração do Perdão
19horas

Quinta-feira Santa
05 de abril
Missa do Lava-pés
19horas

Sexta-feira Santa
06 de abril
 Adoração ao Santíssimo
09 horas (início)
Celebração da Paixão
15 horas
Procissão do Senhor Morto
19 horas

Sábado Santo
07 de abril
Missa da Vigília Pascal
19 horas

Domingo de Páscoa
08 de abril
Missas
09h30min e 19 horas