sábado, 24 de outubro de 2015

Laudato Si

Laudato Si
Re-percutindo

Entre as inúmeras considerações que se podem fazer acerca do mais recente, franciscano e ousado documento do atual papa cabe também essa.
A maravilhosa obra da criação nos leva a especular também acerca da intenção do Criador: seu ardente desejo de criar alguém semelhante à sua ordem e natureza, alguém com o qual pudesse se encontrar, enfim, um companheiro, no verdadeiro sentido da palavra, isto é, com o qual pudesse repartir e comungar o pão de seus afetos, de sua alegria, de seu amor, de sua vida.
Assim, para o amor de seu coração, de sua vida – o homem -  Deus preparou um paraíso. Isso acerca da primeira criação.
Maior, porém deve ser nosso espanto e encantamento se olharmos como Deus dispôs a segunda criação. Se na primeira Deus fez o homem do barro, da terra, de baixo, tendo de atear sobre ele o hálito do seu Espírito a fim de que se tornasse um vivente, na segunda criou-o do seu próprio espírito, do alto, do céu. Se na primeira o homem era apenas do húmus, da terra, agora ele é também do céu, divino, portador da alma de seu Filho Unigênito. Se antes Deus habitava apenas o céu, agora mora também na Terra, no homem; se antes Ele era só Deus agora Ele é também homem. Se na primeira o homem habitava apenas a Terra e era apenas da Terra, agora habita também o Céu e é do Céu, participando da intimidade da família divina, trinitária.
Nunca houve algo tão inaudito: um Deus que não é apenas Deus, mas um Deus humanado e um homem que não é apenas homem, mas um homem divinizado. Diante de tão admirável e magnífico espetáculo Francisco não conseguia parar de exclamar:

Laudato si, mi Signore!
Per messor lo frate huomo
Et ellu é belu e radiante cun grande splendore,
De te, altíssimo, porta significazione!!! (CSol)

Frei Dorvalino Fassini,ofm