quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Pistas para meditar e viver o Advento




I DOMINGO DO ADVENTO
29/11/2015
Ano C

Liturgia da Palavra: Jr 33, 14-16; Sl 25, 4-5; 8-10; 14 (Resposta: 25, 1b); 1Ts 3, 12 – 4,2;
Lc 21, 25-28; 34-36


NO SENHOR QUE VEIO E QUE VIRÁ COMEÇAR TUDO E SEMPRE DE NOVO

          Este primeiro domingo do advento abre o ciclo do ano litúrgico. As leituras nos ensinam como devemos viver o tempo da vida que nos foi dado com a mente voltada para o fim, isto é, para a consumação definitiva do reino de Deus na história dos homens, que se dá na de “Parousía” de nosso Senhor Jesus Cristo (1 Ts 3, 13).
          Esta palavra grega, “Parousía”, foi traduzida para o latim como “adventus”, que quer dizer “ato de chegar”, “chegada”, “vinda”. Para o Novo Testamento, a “Parousía” significa a reaparição e o retorno de Cristo “na plenitude do poder e da glória” (Lc 21, 27). Retorno, pois, Jesus Cristo já apareceu e já veio uma vez pelo seu nascimento humilde na carne de nossa humanidade – mistério que celebraremos em breve na solenidade da Natividade do Senhor, o Natal.
          A primeira leitura de Hoje já nos dá um primeiro vislumbre deste mistério, ao reportar a leitura do profeta Jeremias, em que se dá a promessa de Deus de fazer brotar na descendência de Davi “um rebento legítimo que defenderá o direito e a justiça”. Os profetas nos mostram que o Reino de Deus penetra sempre mais a fundo no homem e no mundo, transformando-os até a sua realidade mais íntima e elevando tudo aquilo que é terreno e transitório ao nível da salvação divina que abarca não somente o ser humano, mas todo o universo, a criação toda, nossa Casa comum e, por fim, garantindo a suprema harmonia entre céu e terra, o homem e Deus.
          No mesmo sentido da profecia de Jeremias, Isaías, personagem importante na liturgia deste advento, nos falará da “rama” que brota da “cepa de Jessé” (Is 11, 1-2). O Cristo é o que consuma o reinado de Deus, que é o reinado do direito e da justiça, pois, na sua regência tudo se ergue com retidão e todas as coisas são conduzidas para a sua justeza e harmonia definitivas. O Cristo é também chamado por Isaías de “fruto da terra” e de “Germe” (Is 4, 2), nos remetendo para o mistério da encarnação, em que o Filho de Deus germina da terra, isto é, de nossa humanidade, inaugurando o reinado da justiça que se consumará, por sua vez, na “Parousía”.  
          A pergunta, porém, que se nos impõe neste domingo, frente à promessa da consumação do reinado de Deus na encarnação e na “Parousía” definitiva de Cristo é: como devemos, enquanto cristãos, viver o tempo de nossa vida, a partir do nosso relacionamento com Nosso Senhor Jesus Cristo? Que atitudes nós devemos cultivar neste relacionamento? Podemos responder:  as atitudes que devemos cultivar são a fé, a esperança e o amor-caridade-doação.  
          O nosso relacionamento fundamental com Cristo chama-se fé. A fé é um modo de realizar a vida. Fé é mais do que crença, ou seja, é mais do que ter algo por verdadeiro. Também é mais do que uma pura e simples confiança. Fé é um modo de caminhar na vida e agradar a Deus (1 Ts 4, 1). Por isto, para nós, cristãos, não basta simplesmente crer que Cristo, no fim dos tempos, virá do céu para “julgar os vivos e os mortos”. É preciso que esta fé se transforme em um esperar Cristo e amar Cristo, um amor que se concretiza no amor aos homens. Decisivo, na nossa vida, é a esperança em Cristo. O cristão é um homem que tem esperança e sua esperança está ancorada em Cristo. A esperança, por sua vez, se desdobra em várias outras atitudes.
          Ter esperança, para o cristão, não é meramente nutrir expectativas, mas é um esperar crente, serviçal, alegre, vigilante, amante e paciente na aflição. Uma atitude fundamental da esperança cristã é a vigilância. O evangelho de hoje chama a atenção para a vigilância em relação ao próprio coração: “ficai de sobreaviso para que os vossos corações não fiquem pesados pela embriaguez, pelas orgias e pelas preocupações da vida e que esse dia não caia sobre vós de modo imprevisto como uma armadilha” (Lc 21, 34). Justamente por manter-se sóbrio e vigilante na espera da vinda inesperada de Cristo é que o cristão não vive o seu tempo apoiado em expectativas sobre as coisas penúltimas e sobre as suas seguranças, esquecido das coisas últimas e definitivas. Pelo contrário, ele vive desprendido destas expectativas, ancorado apenas naquilo que dá o sentido definitivo de sua vida: o encontro com Cristo. À vigilância há que se acrescentar a oração incessante. É preciso que vigiemos e que rezemos a todo o momento, nos assinala o evangelho de hoje (Lc 21, 36). Quem vive assim, na fé e na esperança em Cristo, não deve temer os apertos, as precisões, as tribulações, nem os abalos e as perplexidades da história, nem mesmo os mais extremos (Lc 21, 25-26). Pois, quem assim vive, ficará de pé “diante do Filho do Homem” no momento do juízo definitivo sobre a história e as vidas de todos os homens (cfr. Lc 21, 36).
          A esperança cristã, porém, se consuma no amor. Paulo, na segunda leitura de hoje, diz: “Que o Senhor faça crescer e superabundar o amor” (1 Ts 3, 12). Esta “superabundância do amor” é o cerne do Sermão da Montanha, o discurso em que está resumido o essencial do viver cristão (Mt 5-7). A fé, a esperança e o amor superabundante fortalecem o coração do homem em face de Deus Pai e o prepara para o Advento glorioso de Cristo. Coloquemos hoje e sempre, no Senhor, a nossa confiança, como nos ensina o salmista no salmo de hoje (Sl 24/25). Digamos a ele: “faze-me conhecer os teus caminhos, Senhor; ensina-me tuas veredas. Faze-me caminhar para a tua verdade e ensina-me, és o Deus que me salva. Eu te espero o dia inteiro” (v. 4-5). Se confiarmo-nos ao Senhor ele também se confiará a nós, conforme nos diz ainda o salmo que recitamos hoje: “O Senhor se confia àqueles que o temem, dando-lhes a conhecer a sua aliança” (v. 14). Que possamos, pois, com a confiança que vem da fé, da esperança e do amor, caminhar nos caminhos do senhor, diante dele em “santidade irrepreensível”, como disse o Apóstolo Paulo (1 Ts 3, 13). Para que possamos isso, que o Senhor mesmo nos ajude. Amém.

(Marcos Fernandes)

domingo, 8 de novembro de 2015


Nossos irmãos e irmãs do Grupo de São Francisco da Paróquia Nossa Senhora das Graças, de Portão, celebraram domingo último, dia 25/10, o 6° aniversário do Centro terapêutico Santa Rita de Cássia.
Entre os diversos eventos foi celebrada uma Missa presidida por Frei Dorvalino Fassini, assistido por Henrique Bischop e sua namorada Ana Paula.

Nas fotos membros do Grupo de São Francisco com os 25 pacientes daquele Centro, Frei Dorvalino, o Henrique a Ana Paula