segunda-feira, 19 de abril de 2010

A Maria de Francisco

Francisco é sempre surpreendente. Nos surpreende em seus atos, como, por exemplo quando nu diante do povo, do pai e do bispo se expropria de todos os seus bens exclamando: Entendam todos! A partir de hoje não direi mais: “Meu pai Pedro Bernardone, mas meu Pai do Céu”. Mas, nos surpreende, também com seus Escritos com seu pensamento e sua Espiritualidade, como, por exemplo, sua relação com Nossa Senhora.


Francisco vê Maria não apenas como a Mãe e protetora de sua Ordem, mas, também, como Aquela que, juntamente com seu Filho, quer imitar e seguir. Por isso, escreve: “Eu, Frei Francisco, pequenino, quero seguir a vida e a Pobreza de Nosso senhor Jesus Cristo e de sua santíssima Mãe...


Mas, o que mais surpreende é a Saudação da Bem-aventurada Virgem Maria que ele faz e escreve:


Ave, ó Senhora, santa Rainha,

Santa Mãe de Deus, Maria,

que és virgem feita Igreja.


Eleita pelo santíssimo Pai do Céu,

a quem consagrou com seu santíssimo dileto Filho

e com o Espírito Santo Paráclito.


Em ti residiu e reside toda a plenitude da graça e todo o bem.


Ave, ó palácio do Senhor;

Ave, ó tabernáculo do Senhor;

Ave, ó casa do Senhor.


Ave, ó vestimenta do Senhor;

Ave, ó serva do Senhor.


Ave, ó mãe do Senhor

e ave, vós todas santas virtudes infusas,

pela graça e iluminação do Espírito Santo

nos corações dos fiéis, fazendo-os, de infiéis,

fiéis de Deus.


Chama-nos a atenção que Francisco escreve: Saudação da Bem-aventurada Virgem Maria e não à, como nós costumamos. Isso mostra que Francisco, não se vê distante e nem separado da Mãe de seu amado Senhor. Como criança no colo da mãe, vê-se um nela e com ela, esperançoso e desejoso de também ele ouvir de seus lábios o que o Menino Jesus ouvira de Maria: Meu querido filho!, e assim poder ele também experimentar e provar, um pouco, o que é ser, como Jesus, seu filho, alma de sua alma, espírito de seu espírito.


Ao contemplar a divina Mãe e a Mãe do Divino, ao admirar um encontro tão profundo, em que o Céu e a Terra se dão as mãos, em que o humano e o divino unem seus corações, palmilhando os passos da mesma aventura humana, Francisco só pode exclamar: Ave!... Ave!... Ave! ou seja: Quanta graça! Quanta vida! Quanta gratuidade! Quanta bênção! Quanta Boa vontade! Quanto Bem-querer ou Amor, podemos nós também dispor de tão admirável Senhora e de tão fecunda Virgem e Mãe.


Com um “Salve Maria!”, desejamos aos irmãos paroquianos um abençoado mês de Maria. Fraternalmente,


Frei Gabriel Brancher, Pároco e Frei Dorvalino Fassini.


Ilustração: Incoronazione della Vergine [óleo sobre tela] / Giulio Cesare Procaccini. 1604-1607. Los Angeles (Estados Unidos) : J. Paul Getty Museum. Disponível em http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Procacc1.jpg acesso em 19 abr. 2010.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Quaresma-Páscoa: Tempo da Paixão do Senhor

Frei Dorvalino Fassini, OFM*

Na Sagrada Escritura as palavras, os fatos, o tempo, etc. são realidades teológicas e não apenas históricas ou cronológicas. Isso significa que não estão na dinâmica das ocorrências (coisas que correm e passam), mas de Deus, ou seja: atrás de cada uma delas está (“é”) Deus atuando e falando. São tentativas infinitas e às vezes quase que “desesperadas” ou “loucas” de Deus para encontrar e amar o homem.

O mesmo acontece na Liturgia ou no ano litúrgico. Assim, no Tempo da Quaresma-Páscoa não estamos lembrando fatos, ocorrências do passado, mas celebrando sempre e de novo a experiência da grande Paixão de Deus para conosco. Em outras palavras, com esse Tempo se quer de novo e sempre melhor ver, conhecer e sentir a presença e a atuação na vida de cada um de nós e no mundo do insondável mistério da Paixão de Cristo.

Todos nós sabemos que paixão é coisa muito séria e forte. É uma força que pode tomar conta e dominar inteiramente a pessoa. Um apaixonado é capaz de matar e de morrer por causa da pessoa amada. É o que acontece com Jesus Cristo. Para ele somos tão queridos, tão amados, tão preciosos para seu Pai que viver e morrer na Cruz por Ele e por nós é sua glória, sua honra, sua alegria, seu júbilo e “prazer”: sua Paixão.

Por isso, também, nesse tempo de Quaresma-Páscoa, a Liturgia toda sempre nos convoca a que não fiquemos insensíveis a tão entranhada e inaudita Paixão, mas que a ela nos convertamos e por ela façamos penitência. Nesse sentido São Francisco é um exemplar número um. Pois, logo após o encontro com o Crucificado de São Damião, quando se sentiu profundamente tocado e comovido a ponto de chorar em alta voz, perguntado por que estava chorando, respondeu: Choro a Paixão do meu Senhor e não devo envergonhar-me de andar pelo mundo inteiro chorando em alta voz.

Esse episódio serve para compreendermos, também, o sentido da nossa penitência quaresmal ou cristã. A penitência que nós cristãos fazemos, principalmente na Quaresma, vem do Evangelho. Por isso não se restringe aos jejuns, às abstinências e demais sacrifícios corporais ou espirituais. Poderíamos dizer que sua essência, sem a qual todas essas práticas são de pouco ou nenhum valor, consiste numa certa dor que invade nosso coração quando nos damos conta do quanto somos insensíveis e grosseiros com Aquele que nos amou tanto, esquecidos Daquele que nos ama com tanta Paixão.

Sim “chorar”, interior e exteriormente, como Francisco, proclamando que Deus é tão bom, a ponto de nos dar seu Filho único até a morte e morte de Cruz eis a razão primeira e última de todo esse tempo da Quaresma e da Páscoa; eis o sentido desse tempo de penitência e conversão, bem como de todas as penitências ou sacrifícios de nossa vida de cristãos, inclusive e principalmente quando celebramos o Sacramento da Penitência.

É para esta penitência que a Igreja, através da Campanha da Fraternidade, nos convoca proclamando que não podemos servir a Deus e ao dinheiro e muito menos querer agradar a dois senhores. Certamente, se quisermos ser sinceros, aqui, neste ponto, temos muita penitência, muita conversão a fazer, muita dor a sentir em nossa alma. É só olhar como e o quanto estamos presos, amarrados e por vezes escravos, dos bens perecíveis, sem importância, e esquecidos dos bens que não perecem. Tanto faz se esses bens são materiais, morais ou espirituais, como comida, dinheiro, casa, carro, elogios, críticas, fama ou santidade, etc. Tudo isso passa, a única coisa que perdura é a Paixão do Senhor para conosco, ou como diz São Paulo, o Amor, a Caridade de Deus, ou que é Deus.

* Assistente Espiritual da Frat. N. Sª dos Anjos da Porciúncula

Foto: HeartBroken-Tears are the Baptism of Soul / honikum. 2006. Disponível em http://www.flickr.com/photos/87128018@N00/139136870 acesso em 7 abr. 2010.

sábado, 3 de abril de 2010

Admissão de Adelaide e Isaura

Hoje, Sábado Santo, em nossa reunião mensal realizamos o rito de admissão das nossas irmãs Adelaide e Isaura; também tivemos a graça da visita do irmão José Miguel da Frat. Santo Antônio do Rio de Janeiro (RJ).


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Admissão Adelaide e Isaura à OFS / Eugenio Hansen, OFS. 03 abr. 2010. is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Vedada a Criação de Obras Derivadas 3.0 Brasil License.

Pastoral Vocacional Franciscana Secular

Tanto a Fraternidade Nacional como a Fraternidade Regional da OFS em seus capítulos eletivos definiram que uma de suas prioridades é a Pastoral Vocacional Franciscana Secular, aqui em nossa fraternidade foi conivdado (e aceitou) para coordenar esta importante atividade o Ir. Hugo que foi nosso primeiro Ministro eleito.








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Ir. Hugo Melo, OFS / Eugenio Hansen, OFS. Porto Alegre, 03 abr. 2010. is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Vedada a Criação de Obras Derivadas 3.0 Brasil License.