domingo, 25 de agosto de 2013

Quando a Irmã Morte chega

Paz e bem!

Henri Bischoff, que participa de nossa Fraternidade,

recentemente perdeu a esposa
e mandou bonita resposta
à msg enviada por Frei Dorvalino.

Abaixo reproduzimos esta resposta
para que todos aproveitem.

Henri Bischoff
Amado Frei Dorvalino:

Obrigado pela singela carta a qual imprimi e tentarei ler na missa hoje.

Sei que o caminho escolhido pela Cristina, de cruz e sofrimento não se refere apenas a sua própria salvação, a qual tenho certeza que já está garantida, mas sim, porque o amor é paixão (sofrimento) aos seus amados, ela, como Jesus, sofreu mais do que o necessário pela redenção de seus familiares que não podem ou não querem sofrer pelo Reino.

Diferente da doutrina espírita, a qual conforta as pessoas dizendo que o sofrimento é devido a méritos de vidas passadas, nós, católicos, acreditamos que a Cruz é privilégio dos Santos. Sofrer pelos outros é o que Amor mais ama. Assim foi a Cristina: só Amor... nada mais do que Amor. Ela só sabia amar, como Santa Terezinha do Menino Jesus, a Cristina, membro do Corpo Místico de Cristo, resolveu se instalar não nas mãos chagadas que tudo operam e curam, não nos pés chagados que tudo sustentam, não na cabeça coroada de espinhos que tudo planeja, mas sim: no Sagrado e Transfixado Coração de Nosso Jesus Cristo que tudo ama, tudo acolhe e tudo sofre por Amor de todos nós. Ela, como membro do Apostolado da Oração, mais do que nunca, se encontra confortada dentro do Coração de Cristo para ali nos amar cada vez mais.

Assim, fico confortado em saber que ela está bem. É claro que o vazio deixado dói em todos nós, mas, como o Sr disse ela não está longe, mas mais perto de todos nós de uma maneira diferente, mas está aqui.
 
Saiba querido Frei que a morte de minha esposa, com toda a luta que ela guerreou, todo o desprendimento que tive que realizar, tudo isso resultando na morte dela poderia abalar minha fé, mas ao contrário, fortaleceu ainda mais meu Amor por Jesus. A Cristina me deu o exemplo de ser digno até o fim e não blasfemar jamais. Isso tudo aumentou ainda mais o meu desejo de poder ser digno de morte semelhante.

Muito Obrigado e Paz e Bem!

Atenciosamente,

Henri Bischoff

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

O Franciscanismo das Fontes Franciscanas

Frei Dorvalino Fassini, OFM

A história das Fontes Franciscanas (FF), dentro da Ordem, assemelha-se muito com a história da Sagrada Escritura dentro da Igreja Católica. Assim como essa, também aquelas estiveram ausentes, para não dizer excluídasm, na inspiração da formação, das atividades e da vida dos frades e da história da Ordem durante quase cinco séculos.

Enquanto vivia era ele, Francisco, quem com seus gestos, atitudes, modo de ser e com suas palavras, escritas e faladas, orientava e formava os Irmãos ao ponto da tradição da Ordem denominá-lo com a expressiva qualificação de “forma minorum”, isto é a “forma”, a “inspiração”, o “princípio”, o “formador dos menores”.

Não podemos ignorar, porém, segundo testemunho dele mesmo, que a origem de toda essa novidade de vida evangélica – toda essa “forma minorum” - inaugurada por ele se assentava em dois encontros inesquecíveis e misteriosos.

O primeiro, deu-se no auge de sua crise existencial, na igrejinha de São Damião, quando o próprio Cristo Crucificado lhe apareceu e falou com toda a benignidade e compaixão: “Francisco, não vês que minha casa está se destruindo. Vai, pois e restaura-a para mim”. A partir de então, a Paixão do Senhor passou a ser sua luz, sua paixão e o novo sentido – o Tudo - de sua vida.

O segundo encontro deu-se pouco tempo depois, na igrejinha da Porciúncula. Dessa vez o Senhor o visita, ilumina e transforma através de sua Palavra, mais precisamente, com o Evangelho do Envio dos Apóstolos: que os discípulos enviados a pregar não deviam levar pelo caminho nem ouro, nem prata, nem sacola, nem alforge, nem pão, nem bastão e nem tenham calçados e nem duas túnicas (LTC 25). A partir de então, viver como os apóstolos viveram, isto é, indo pelo mundo na extrema pobreza, sem nada de próprio para tão somente testemunhar o Evangelho, passou a ser o sentido de sua vida e da vida de todos quantos quisessem segui-lo.

Após sua morte, para que o poder ou espírito formador do Cristo crucificado e do Evangelho do Envio dos Apóstolos que envolvera o seráfico pai pudesse perdurar pelos séculos afora, os frades se apressaram não apenas em fazer o maior número possível de cópias dos Escritos dele e espalhá-las entre as fraternidades, mas também em redigir as famosas Legendas ou biografias do Santo. Nasciam assim aquelas que hoje são conhecidas como Fontes Franciscanas.

Assim, até mais ou menos o fim do segundo século franciscano, isto é, 1400, era nesses escritos que a Ordem buscava a fidelidade de sua vocação nas mais diversas situações de sua vida e de suas atividades. Se enquanto vivera, o próprio Francisco era a “forma minorum” dos frades agora quem desempenhava essa função eram as Fontes Franciscanas. A insistência de que foram escritas para a edificação (inspiração, formação) dos frades é uma constante em quase todas elas.

Infelizmente, essa bela prática aos poucos entrou em desuso e a Ordem começou a orientar-se e conduzir-se (formar-se) por outras luzes, vindas de fora, principalmente da Cúria romana. Assim, aos poucos, os franciscanos tivemos de nos contentar com um Franciscanismo desfigurado e poluído pela ascética, pela moral, pelo Direito canônico e por outras teologias e espiritualidades. A Ordem, enfim, foi “usada” para outros fins diferentes para os quais ela nascera.

Quando nós entramos na Ordem, por exemplo, na década de 50 do século passado, fizemos a profissão, emitimos os votos sem mesmo jamais termos lido ou estudado a Regra franciscana, muito menos qualquer outro escrito das FF.

Com a busca de uma renovação a partir do espírito originário dos fundadores proposta pelo Concílio Vaticano II, felizmente, aqueles escritos foram sendo redescobertos, traduzidos e entregues a todos os franciscanos. Pode-se dizer, sem medo de errar, que as Fontes Franciscanas passaram a se constituir na “Bíblia Franciscana”. Vale para elas o que Bento XVI diz da redescoberta da Sagrada Escritura para os cristãos (VD 1): que elas venham a se constituir em fonte de constante renovação, com a esperança de que se tornem cada vez mais aquilo que são: o coração de toda a vida e de toda a atividade de todos os franciscanos.

Na década de 1970, o espírito originário que transformara Francisco em novo homem, em novo cristão, e pulsante nas Fontes Franciscanas, começa a encantar alguns franciscanos que se põem numa busca apaixonada do Franciscanismo das Fontes Franciscanas.

Assim, o Franciscanismo desfigurado e poluído, vindo de fora da Ordem e que alimentou os frades durante séculos, começa a ceder lugar ao Franciscanismo originário, limpo, puro testemunhado pelos Escritos de São Francisco e de suas Legendas e começa a nascer, aqui e acolá, Uma Formação Nascida e Conduzida Direta e Imediatamente das Fontes Franciscanas, liberta de outras influências e espiritualidades.

Em louvor de Cristo, senhor nosso, Amém!

domingo, 4 de agosto de 2013

Sete anos

Ontem,
ao final de nossa reunião mensal,
para comemorar o 7º aniversário
da ereção de nossa fraternidade,
Irmão Newton trouxe
um delicioso bolo de cenoura
com cobertura de chocolate.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013