Aquecimento inicial para nosso Encontro de Formação através da
Leitura e Reflexão das Fontes Franciscanas
Em memória e gratidão àquele que durante anos e anos dedicou-se inteiramente, de corpo e alma, a introdurzir-nos na atenção e leitura do espírito que move as Fontes Franciscanas:
Frei Hermógenes Harada (+21/05/09)
*************
Nosso Encontro tem como objetivo principal e único retomar o trabalho que cada um de nós está fazendo durante o ano: cuidar e fazer sua Formação a partir das Fontes Franciscanas. Desenvolvemos esse trabalho através, principalmente, do exercício da leitura, estudo e reflexão, cada vez e durante o ano, debruçando-nos em alguns textos dessas Fontes, previamente escolhidos e determinados.
Hoje, porém, antes de retomar esse trabalho, vamos deter-nos em alguns princípios básicos, sem os quais jamais conseguiremos uma formação que venha da pureza originária de nossas origens e do vigor simples e contagiante do espírito originário que move, conduz e perfaz a caminhada de cada vocacionado a essa Forma de Vida evangélica. Faremos isso analisando três pequenos textos ou frases.
1. É muito difícil para a história mostrar a realidade. Ela apenas consegue mostrar um aspecto, ou ponto de vista da realidade. Quando é ignorante fica apenas mencionando fatos passados e enfileirados uns após os outros. Se for um pouco sábia vira uma espécie de herbário, uma espécie de museu organizado com os últimos aperfeiçoamentos sem se preocupar com a origem e o desenvolvimento dos fatos, suas misteriosas ressonâncias no coração das pessoas, etc. (Paul Sabatier).
Comentário ou questionamento:
Como posso aproveitar as colocações desse texto para minha formação? Segundo esse texto, ao analisar ou ler a Vida de São Francisco, as FF, e mesmo minha vida, a que é que, acima de tudo e antes de mais nada, devo prestar atenção?
2. A arte não pode ser submetida ao seu sujeito. Nesse caso não é mais arte e sim biografia e a biografia é a rede pela qual a realidade escapa (Oscar Wilde).
Comentário ou questionamento:
O que Wilde diz da arte vale para as Fontes Franciscanas, bem como para a Vida, a Regra e a Ordem (Carisma, espírito) franciscanos. Ou seja, também eles jamais podem ser submetidos ao sujeito São Francisco, muito menos aos seus autores ou a quem quer que seja, pois neste caso tornar-se-iam mera narração de fatos particulares das várias fases da vida de Francisco: uma simples e mera biografia, jamais uma história sagrada[1], preparada, conduzida e operada pelo Senhor, como ele mesmo atesta com nitidez e reiteradamente em seu Testamento: O Senhor me concedeu a mim, frei Francisco começar a fazer penitência assim... o Senhor me deu tal fé nas igrejas... o Senhor me deu e me dá tanta fé nos sacerdotes... o próprio Altíssimo me revelou que eu deveria viver segundo a forma do santo Evangelho... [2].
De que “realidade” Wilde está falando? Por que essa realidade escapa quando tratada como mera biografia? O que significa isso? E o que esse pensamento de Wilde tem a ver com nossa vocação e formação? Ou, como ele se relaciona ou aplica ao trabalho de conhecer nossa vocação e assumir nossa formação?
3. O Deus de JC, o Pai, só compreendo se me tornar Ele, isto é, seu filho em Jesus Cristo, no seguimento, corpo a corpo, na busca engajada, humilde e devotada da sua imitação" (Hermógenes Harada);
Comentário, ou questionamento:
Como é compreendida a formação nessa colocação? Quais são seus elementos básicos? O que significam? É assim que eu, na prática, compreendo e procuro fazer minha formação? Sim, não, por quê? Quais as dificuldades que encontro para pôr em prática uma formação assim compreendida?
[1] Por história sagrada entendemos, aqui, a aventura nascida e vivida, do começo ao fim, na e da dinâmica da necessidade de responder cada vez mais dedicada e fielmente à gratuidade do encontro, da fé e do amor de quem nos amou por primeiro. Tal resposta Jesus descreve maravilhosamente bem no Sermão das Bem-aventuranças.
[2] Testamento (T) 1;4;6;14.
Leitura e Reflexão das Fontes Franciscanas
Em memória e gratidão àquele que durante anos e anos dedicou-se inteiramente, de corpo e alma, a introdurzir-nos na atenção e leitura do espírito que move as Fontes Franciscanas:
Frei Hermógenes Harada (+21/05/09)
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Nosso Encontro tem como objetivo principal e único retomar o trabalho que cada um de nós está fazendo durante o ano: cuidar e fazer sua Formação a partir das Fontes Franciscanas. Desenvolvemos esse trabalho através, principalmente, do exercício da leitura, estudo e reflexão, cada vez e durante o ano, debruçando-nos em alguns textos dessas Fontes, previamente escolhidos e determinados.
Hoje, porém, antes de retomar esse trabalho, vamos deter-nos em alguns princípios básicos, sem os quais jamais conseguiremos uma formação que venha da pureza originária de nossas origens e do vigor simples e contagiante do espírito originário que move, conduz e perfaz a caminhada de cada vocacionado a essa Forma de Vida evangélica. Faremos isso analisando três pequenos textos ou frases.
1. É muito difícil para a história mostrar a realidade. Ela apenas consegue mostrar um aspecto, ou ponto de vista da realidade. Quando é ignorante fica apenas mencionando fatos passados e enfileirados uns após os outros. Se for um pouco sábia vira uma espécie de herbário, uma espécie de museu organizado com os últimos aperfeiçoamentos sem se preocupar com a origem e o desenvolvimento dos fatos, suas misteriosas ressonâncias no coração das pessoas, etc. (Paul Sabatier).
Comentário ou questionamento:
Como posso aproveitar as colocações desse texto para minha formação? Segundo esse texto, ao analisar ou ler a Vida de São Francisco, as FF, e mesmo minha vida, a que é que, acima de tudo e antes de mais nada, devo prestar atenção?
2. A arte não pode ser submetida ao seu sujeito. Nesse caso não é mais arte e sim biografia e a biografia é a rede pela qual a realidade escapa (Oscar Wilde).
Comentário ou questionamento:
O que Wilde diz da arte vale para as Fontes Franciscanas, bem como para a Vida, a Regra e a Ordem (Carisma, espírito) franciscanos. Ou seja, também eles jamais podem ser submetidos ao sujeito São Francisco, muito menos aos seus autores ou a quem quer que seja, pois neste caso tornar-se-iam mera narração de fatos particulares das várias fases da vida de Francisco: uma simples e mera biografia, jamais uma história sagrada[1], preparada, conduzida e operada pelo Senhor, como ele mesmo atesta com nitidez e reiteradamente em seu Testamento: O Senhor me concedeu a mim, frei Francisco começar a fazer penitência assim... o Senhor me deu tal fé nas igrejas... o Senhor me deu e me dá tanta fé nos sacerdotes... o próprio Altíssimo me revelou que eu deveria viver segundo a forma do santo Evangelho... [2].
De que “realidade” Wilde está falando? Por que essa realidade escapa quando tratada como mera biografia? O que significa isso? E o que esse pensamento de Wilde tem a ver com nossa vocação e formação? Ou, como ele se relaciona ou aplica ao trabalho de conhecer nossa vocação e assumir nossa formação?
3. O Deus de JC, o Pai, só compreendo se me tornar Ele, isto é, seu filho em Jesus Cristo, no seguimento, corpo a corpo, na busca engajada, humilde e devotada da sua imitação" (Hermógenes Harada);
Comentário, ou questionamento:
Como é compreendida a formação nessa colocação? Quais são seus elementos básicos? O que significam? É assim que eu, na prática, compreendo e procuro fazer minha formação? Sim, não, por quê? Quais as dificuldades que encontro para pôr em prática uma formação assim compreendida?
[1] Por história sagrada entendemos, aqui, a aventura nascida e vivida, do começo ao fim, na e da dinâmica da necessidade de responder cada vez mais dedicada e fielmente à gratuidade do encontro, da fé e do amor de quem nos amou por primeiro. Tal resposta Jesus descreve maravilhosamente bem no Sermão das Bem-aventuranças.
[2] Testamento (T) 1;4;6;14.
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